A Cia. Cobaia Cênica realizará, próximo dia 26 de novembro (terça-feira), na Biblioteca Pública Municipal Nereu Ramos da Fundacão Cultural de Rio do Sul, duas atividades referentes ao lançamento do livro A Lenda do Rio Bernunça de autoria de Samuel Paes de Luna e ilustracões de Luis Carlos Vigarani. Uma delas é a contação-oficina Conta prá mim? (por onde a criatividade escapa) que, a partir do texto do livro, será contada e ministrada pelo próprio autor, para crianças entre 06 e 10 anos, às 15h30 na Sala do Conto.
A partir das 18h30, será realizado o lançamento oficial do livro A Lenda do Rio Bernunça com autógrafos, bate-papo com autor e ilustrador, além de leitura de alguns trechos. Os exemplares estarão à venda no valor de R$10,00, para acessibilizar o livro, a leitura e a literatura aos mais diversos públicos.
Essas ações fazem parte da proposta do projeto A Lenda do Rio Bernunça - Ilustrado contemplado pelo Prêmio Nodgi Pellizzetti de Incentivo à Cultura 2018.
Sobre a Contacão-Oficina:
Conta pra mim? (Por onde a criatividade escapa) é uma atividade literária criativa desenvolvida a partir da contação do conto infantil A Lenda do Rio Bernunça. E também a reescrita, ilustração e compartilhamento da história pelos próprios participantes-criadores.
Um ator contador de histórias, antes de iniciar, faz um trato com o público participante, cuja missão será recriar a história a maneira de cada um,utilizando a escrita e/ou a ilustração.
Ao final da contação, o ator-contador conduz os participantes-criadores para reconstrução dessa mesma história em três momentos: 1°- reescrita da história com as palavras dos próprios ouvintes; 2°- criação de ilustrações para a história; 3º - serão selecionados pelo menos dez crianças para lerem suas histórias diante dos demais participantes;
O objetivo é montar juntos um pequeno livro escrito e ilustrado por eles mesmos, onde poderão recriar também o nome da história e assinar como autores.
Sobre A Lenda do Rio Bernunça:
A Lenda do Rio Bernunça é um conto infantil inspirado em figuras do folclore de Santa Catarina, em elementos da cultura afro-brasileira, em aspectos geográficos, históricos e em personagens típicos da região do Alto Vale catarinense. Conta a história de um rio enfeitiçado por bruxas que se vêem impedidas de realizar seus rituais de rejuvenescimento, devido à sujeira que toma conta daquelas águas. O feitiço gera um desequilíbrio enorme àquela região, o que provoca uma grande confusão e tragédia, afetando as pessoas, os bichos e os seres mitológicos que vivem ali.
A história tem como personagem principal o rio, que é algo muito presente na vida dos moradores do Alto Vale catarinense em geral, tanto pela sua localização geográfica e suas paisagens, quanto pelos seus problemas com as grandes enchentes. A Lenda do Rio Bernunça propõe que olhemos para o rio de forma mais cuidadosa e que não nos esqueçamos de sua importância e da necessidade de sua preservação. Além disso, promove um resgate de aspectos da cultura brasileira e catarinense, experimentado uma difusão entre eles de maneira ousada, curiosa e divertida.
O conto produz uma abordagem dramática, fantástica e surpreendente sobre senso de coletividade, meio ambiente e diversidade cultural. Constrói uma releitura de algumas manifestações do folclore de Santa Catarina, onde utiliza as figuras da Bernunça, personagem oriundo do Boi-de-Mamão, e das Bruxas criadas pelo folclorista e antropólogo catarinense Franklin Cascaes. A cultura afro-brasileira se apresenta através da personagem Oxum, divindade da cultura africana, rainha das águas doces e dona de toda a prata e ouro da natureza. Os Xoklengs, considerados os primeiros moradores da região do Alto Vale catarinense, são os personagens que representam a parte indígena dessa história. A história, portanto, cria um diálogo entre as culturas européias, indígenas e africanas, inaugurando a partir daí uma nova lenda: A Lenda do Rio Bernunça.
Além desse resgate, a história busca rever modelos sociais já bem gastos, dando protagonismo às figuras geralmente ignoradas, vistas de forma negativa, desigual ou colocadas em posições desfavorecidas como a mulher e a cultura afro-brasileira, sobretudo em uma região de costumes fortemente machistas e de predominância cultural branca.
Este trabalho procura, sutilmente, já instigar nas crianças essa visão de um mundo mais diverso, onde todas as culturas podem conviver sem preconceitos, num modelo social mais aberto às diferenças, onde unidos poderão construir uma sociedade melhor e solucionar os problemas do coletivo.
Para maiores informacões e agendamentos:
047 99116-1227
