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romà (em processo)

Atualizado: 21 de fev. de 2019

por Louise de Lemos - Dramaturga



Louise de Lemos - Dramaturga formada pela SP Escola de Teatro


Como escrever sobre o amor nos tempos do ódio? Como escrever em tempos de disseminação de mentiras? Como cuidar da palavra quando os dizeres são expostos ao vento? É um tempo de desresponsabilização da fala. O compromisso do escritor torna-se, portanto, mais elevado. Especialmente porque nossa matéria nos obriga a dizer mais do que agir. E sob um bombardeio de palavras, é difícil imaginar dizeres disparados como sementes possam ter algum efeito. Por isso, é preciso ter um pouco a sabedoria do agricultor, que sabe que nem sempre vai colher o que plantou. Planta-se com esperanças, mas não se pode controlar as intempéries.

Escrever Romã me faz pensar no amor e quase automaticamente no ódio. Porque pra toda ação, existe uma resistência. Mas não sejamos ingênuos, a resistência não é sempre uma atitude louvável. Resiste-se ao amor. Resiste-se ao desconhecido. Resiste-se ao outro quando ele não me espelha. É nesse complicado território de ação e resistência que adentramos. Ora quebrando barreiras, ora construindo as nossas próprias, porque também é necessário nos proteger do vento e dos bombardeios. A existência é fruto do amor ou do ódio? Com qual sentimento nos movemos e com qual nos aterramos?



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