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romà (proposta de dramaturgia)

Atualizado: 18 de fev. de 2019

por Louise de Lemos - Dramaturga



A história de amor mais conhecida dos palcos de teatro – e possivelmente fora deles – é Romeu e Julieta de Shakespeare. Mas, se analisarmos bem, a história dos dois jovens apaixonados não é sobre seu amor, mas sobre o ódio de suas famílias. Um sentimento perpetuado pela intolerância, violência indiscriminada e mera reprodução de um discurso incrustado que impede a aproximação do outro. É o amor que permite a quebra dessa barreira e interrompe o fluxo de negação que impedia a plena existência na cidade. Quem sabe isso quer dizer amor é sobre essas mudanças que o amor permite. Dois atores se apresentam para uma plateia em um teatro. O teatro é como sua casa, o que os aproxima, os torna comum, os define como pessoa no mundo. Esses atores estão lá para contar contar, viver e encenar histórias de amor. Histórias que parecem absurdas do ponto de vista da realidade mais premente. O amor, porém transforma o que se julga absurdo em concretude. O amor – sentimento tão difícil de definir – explica o improvável.

Os atores passam por uma jornada de diferentes formas de amar: o amor fraterno, familiar, o amor por uma causa, um lugar, um desconhecido: amor à primeira vista, religioso, o amor ao próximo. Entre essas histórias está também a sua própria história. De atores interpretando personagens, passam a atores de sua própria história, que compartilharão também com o público, para mostrar que a aproximação quebra barreiras. Assim, convidam os espectadores a serem também participantes dessa história de amor: eles passam a ser os convidados dessa peça-casamento em celebração do amor. Testemunhas de que todo afeto é possível e vale a pena.



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